Chega,
já deu, a indignação manifestada pelas mídias sociais é insuficiente. Não podemos
mais assistirmos passivos ao genocídio que está acontecendo no Brasil hoje. Já passamos
dos 300 mil mortos por um vírus que não encontra nenhum obstáculo para
continuar matando. E tudo isso com o estímulo de quem, por dever, deveria estar
a enfrentá-lo.
As instituições,
cegas e surdas, se limitam a cards plasticamente bonitos, frases de efeito nas
mídias e notas de repúdio. Os donos do poder, aqueles a quem alguns chamam de
Mercado, com a mão invisível cheia de dinheiro as custas do sofrimento do povo,
assistem a tudo com seus sorrisos de hienas e, quando no máximo, escrevem
cartinhas chorosas.
Oh,
representantes do povo! Em que mundo, em que estrela se escondestes? Estão
embuçados no Céu? Pelo jeito estamos no mato sem cachorro. Estão todos pensando
na próxima eleição e nos deixaram à mingua diante de nossos algozes.
Sim,
são muitos os algozes. Além do miliciano mór – gente acostumada a matar –
existem os cúmplices. E estes só aumentam em número. Primeiro vieram os que
venderam a alma e a pena. Estes, a serviço de uma imprensa servil ao Deus
Mercado, lacaios buscando um lugar na mesa de jantar dos patrões, escreveram ao
povo sobre “escolhas difíceis”. Deu no que deu e hoje, cínicos que são, fazem
cara de paisagem. Somem-se aos escribas da grande imprensa, aos novos ricos que
queriam passear na Disney e aos milhões de incautos que foram ludibriados por
aqueles, todos os que hoje cruzam os braços diante da matança.
Ontem
vimos mais um exemplo de que estamos sozinhos, ao Deus dará. Numa sessão do
Senado Federal – pasmem – onde ilustres senadores recebiam o ministro das Relações
Exteriores, um assessor especial do presidente da República, fez um gesto
nazista em alusão a supremacia branca. Repito: em pleno Senado do República.
Nada aconteceu com esse criminoso. O antissemitismo, nazismo, ou supremacia
branca, por definição constitucional são crimes. Violam o Inciso III do art. 3º;
VIII, do art. 4º; art. 5º, caput. Não se trata de liberdade de expressão, portanto.
Pois,
esse rapaz cometeu um crime, numa sessão do Senado Federal transmitida para o
público e não foi preso. A ADL (Anti-Defamation League), identifica o gesto do
assessor do presidente do Brasil como um símbolo que os indivíduos de extrema
direita utilizam como “tática de trolagem” em postagens entre si nas redes
sociais. Denunciado o seu gesto o assessor-criminoso, do presidente também
criminoso, tripudiou mais uma vez. Ao negar que fizera um gesto nazista, disse
que estava arrumando a lapela. Sabem qual foi a desculpa que o nazista Adolf
Eichman deu em seu julgamento sobre gesto idêntico? “Eu estava só arrumando a
lapela”. O que me dizem de tamanho escárnio?
Não dá
mais! Não temos tempo para esperar mais por ninguém. Instituições, senadores,
deputados, imprensa, ninguém. Ou reagiremos agora ou morreremos todos sem sequer
o direito de berrar. Quem sobreviver reze pela profecia de Riobaldo: “um dia
entra em desuso matar gente”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário!