Por
não saber conviver com a democracia, a elite conservadora, classe dominante no
Brasil, resolveu não aceitar o resultado das urnas que reelegeu Dilma Rousseff
à presidência da república em 2014. A ordem da malta era apear Dilma da
presidência e o PT do poder político. Para liderar essa cruzada a aristocracia
nativa escolheu alguém com a sua cara: o escroque Aécio Neves. Formaram uma
frente ampla - olha ela aí – com PSDB, Centrão, “grande imprensa”, com STF com
tudo e golpearam a soberania do voto popular. Como não acharam nenhum ato de
corrupção pela inquebrantável Rousseff, lhe acusaram de “pedaladas” no
orçamento. Apenas comparem com os impunes crimes cometidos pelo presidente
atual.
Naqueles
tempos, esses criativos “fatos” eram contados pelas televisões como uma novela.
E o brasileiro médio, ignorante, indigente e preguiçoso intelectual, viciado
nos dramalhões Global, destilava sua estúpida indignação nos grupos de
WhatsApp, nas páginas de Facebook e demais mídias sociais. A famigerada Lava a
Jato transformava a vida dos petistas num autêntico Big Brother.
Telefones
grampeados divulgavam a indignação de Dona Marisa em conversa com amigos e a
plateia ignara, formada por doutores, gente de Deus que não perde uma missa ou
culto religioso, cheia de ódio, pedia a morte da esposa do Lula. Chegaram ao
desplante, a insolência de grampearem a presidente da República, numa conversa
com um companheiro na qual ela tratava de convencê-lo a aceitar um cargo de
ministro em seu governo. Crime dos crimes.
Não
podia dar outra coisa. Veio o impeachment. Com ele cai a máscara de muitos que,
outrora aliados, votaram contra a democracia em nome da pátria, da mãe e até da
rapariga. Dentre estes, um bandido foi especialmente aplaudido ao votar em
regozijo ao torturador Brilhante Ustra. Este criminoso, admirador de
torturador, acabou presidente da república, com o beneplácito da mídia, o apoio
dos abastados economicamente, e o voto dos abestados da ignara classe média.
O
vampiro miliciano, no comando da nação, continua sedento por sangue humano. Já
são mais de 350 mil brasileiros vítimas de sua voracidade assassina. E não está
sozinho na sua sanha homicida. Conta com a passividade cúmplice da classe
média, com a inacreditável lealdade devotada do povo cristão e a cumplicidade
de uma maioria no Congresso formada por comparsas que, na maior desfaçatez,
procuram protegê-lo de qualquer punição pelos crimes praticados diuturnamente.
Agora
mesmo explode um áudio com uma conversa entre o Messias da Morte e o obscuro
senador Jorge Kajuru, representante do Goiás. No referido áudio, vários crimes
de responsabilidade e outros assaques são cometidos, em alto e bom som, diante
da letargia e ouvidos moucos do distinto público. Com a divulgação desse abjeto diálogo,
revela-se a intenção espúria de outro senador, o representante de Sergipe,
Alessandro Vieira. Ele mesmo. Aquele que se dizia palmatória do mundo. Ao querer que a CPI abarque os governos
estaduais e municipais, o senador Alessandro pratica diversionismo para impedir
que as investigações revelem os crimes praticados por Messias Bolsonaro.
Engraçado
é que o mesmo Alessandro, no início de seu mandato, reivindicou uma CPI
denominada de Lava Toga e nela ele só queria investigar os tribunais
superiores, excluindo as demais instâncias do judiciário. Contradição? O certo
é que o distintivo de xerife do senador caiu. Não dá para enganar todo mundo o
tempo todo. Até porque nem todo mundo gosta das novelas da Globo. Eu, por
exemplo, prefiro os cowboys que retratam o velho oeste americano. Com eles eu
aprendi muito sobre a vida. Na minha juventude assisti no velho Cine Capela, a
mais de 300 filmes desses. Ali, nunca vi um xerife fazendo justiça. Ele era,
via de regra, aliado do bandido. Quem fazia justiça era o mocinho e eu nunca o
vi se aliar ao bandido.
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