05 outubro 2021

Virtú & Fortuna

Conhecer as regras do jogo é de fundamental importância para o bom jogador nas competições em que toma parte. Esse mesmo predicado vale para a atividade política.

Ler e saber interpretar o que está escrito ajuda o político a compreender o mundo e a sociedade em que vive, além de qualificá-lo para avaliar a conjuntura e se posicionar diante dela. Toda leitura é importante. De Homero a Turma da Mônica; de Joyce a bula de remédio. Pode tudo, só não pode ler O Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry e achar que leu O Príncipe de Maquiavel.

Maquiavel, um dos precursores da ciência política, criou conceitos como Virtú, que significa coragem, valor, capacidade, eficácia política; e Fortuna, que quer dizer sorte, acaso, influência das circunstâncias.

O verdadeiro líder político usa sua capacidade pessoal (Virtú) de dominar os eventos (Fortuna) para alcançar o fim objetivado. O político sem Virtú, mesmo que tenha a Fortuna é incapaz de enxergá-la. Este, pode ver um potro selvagem indomado e confundi-lo com um cavalo manso, selado e pronto para ser montado. Ao montá-lo, certamente será derrubado.

É por isso que líderes políticos não dão em árvores feito cachos de pitomba. Líder político de verdade é fruta rara.  


04 outubro 2021

Pandora Papers

Você já ouviu falar no Escândalo do Banestado? E nas contas CC5? Pois é, em 1999 foi descoberto o maior escândalo financeiro da história do Brasil. Desviaram do Banco do Estado do Paraná mais de US$ 20 BILHÕES e enviaram irregularmente para paraísos fiscais através das contas CC5.

O jornal Folha de São Paulo denunciou à época, o restante da mídia repercutiu, os deputados instalaram uma CPI, o Ministério Público organizou uma força-tarefa, alguns doleiros foram presos e pouco tempo depois liberados.

O juiz desse processo era um tal Sérgio Moro. Nenhum dos beneficiados por esse esquema foi punido e o país nunca soube seus nomes, pois – apesar do sigilo ter sido quebrado pela justiça ainda em 1999 – os donos dos veículos da chamada “grande imprensa” decidiram não publicar os nomes dos larápios. Eram banqueiros, empresários, apresentadores de TV que sonegaram impostos e retiraram do país BILHÕES de dólares.

Como diria o genial Luís Fernando Veríssimo, “aqui, a história não se repete como farsa, as farsas se repetem como história.” Assim, eis que hoje surge a Pandora Papers denunciando um novo(?) esquema de envio ilegal de dinheiro para paraísos fiscais. Dessa vez liderado por ninguém mais, ninguém menos que o ministro da Economia do governo brasileiro, o liberal Paulo Guedes. O Chicago Boy nessa aventura tem como cúmplice – pasmem – o presidente do Banco Central, outro liberal raiz, Roberto Campos Neto.

Esse é o nosso Brasil. Uma elite econômica parasitária que não encontra limites em sugar o Estado e ainda se autoproclamam liberais. Pior: a classe média ignara acredita. Exemplo? Jornalistas sendo contra a regulação da mídia. É o fim da picada.


Calma, Cocada!

  Havia um tempo em que as reações às movimentações políticas do PT eram sutis, maduras, comedidas, porque não dizer, mais inteligentes. Atu...