Meus
amigos e até gente que nunca vi mais gorda, na falta de argumento para tornar
menor o meu Glorioso Botafogo, apelam para o tamanho da nossa torcida. A mim
não incomoda a tentativa de gozação por dois motivos:
1) Os
meus amigos podem pisar no meu coração de tamanco que não dói. Eu os amo. Logo,
entro na onda e acho graça.
2) Os
outros, não dou ouvidos.
Um
dia, os não botafoguenses talvez venham a entender o que é ser Botafogo.
Sim,
nós não somos muitos. Porque somos relíquias e preciosidade não se encontra às
pencas nas esquinas.
Não é
modismo nem boa fase que nos fazem seguir a estrela solitária. Tampouco a
derrota que nos abate. O que nos faz alegre a cada conquista e nos rouba
lágrimas a cada derrota é a paixão pelo Botafogo.
O
Botafogo é uma metáfora da vida real. O torcedor alvinegro tem um compromisso
com o sacrifício. É capaz de misturar euforia com pessimismo em escassos 90
minutos. A vida real é assim.
O
botafoguense é pessimista. Nunca vi um torcedor do Glorioso cantar vitória
antes do jogo acabar. Dizem que Schopenhauer, o filósofo do pessimismo, das
coisas que não funcionam, era botafoguense.
Botafoguense
é supersticioso. Ele pode ser um ateu absoluto na sua vida cotidiana, mas o seu
ateísmo morre no momento em que o Botafogo entra em campo.
Ser
botafoguense não se explica. Como diz uma das músicas cantadas nos estádios por
nossa torcida “esse sentimento/ninguém entende”.
Nas
palavras do mestre Armando Nogueira “o Botafogo é bem mais que um clube – é uma
predestinação celestial. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura
que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre
no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma
invenção de Deus”.
E ninguém cala
Esse nosso amor
E é por isso
Que eu canto assim
É por ti Fogo
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