25 fevereiro 2023

Liberalismo à Brasileira

Todos sabemos que recentemente a Lojas Americanas levou uma tungada dos Mãos Leves, gangue liderada pelo capo, Sr. Mercado, de mais de 20 bilhões de reais.

Pois bem, o Bradesco, elemento envolvido nessa gatunagem, achou pouco e acaba de transferir sua parte, uma dívida de R$ 1,8 bilhão, para a União. Ou seja, eu, você e todos que moramos nos andares mais baixos do edifício Brasil iremos pagar essa bagatela.

Atenção você que estuda ou vê seus filhos estudando nas escolas públicas e privadas, numa educação dita de resultados controlada pela Fundação Lemamn e Cia, se ligue, mané. Esses mangangões só querem garantir a mão de obra do futuro e formar bobos incapazes de questionar o sistema de exploração.

Essa historinha do Bradesco x Americanas nos ensina, por meio da luminar didática freireana, como esse sistema funciona: o Bradesco empresta bilhões e lucra. De quem é o lucro? do Bradesco, claro. Mas, quando o Bradesco empresta bilhões e tem prejuízo, quem paga? O povo brasileiro.


08 fevereiro 2023

Quase Obituário

 

Desde que o torneio mundial de clubes foi reformulado pela FIFA em 2005, apenas oito times brasileiros disputaram essa competição. São eles: São Paulo, Internacional, Corinthians, Atlético Mineiro, Santos, Grêmio, Palmeiras e Flamengo. Nesse período, Flamengo e Internacional participaram duas vezes cada. Portanto, das dezoito competições realizadas o Brasil participou de somente dez delas. Dessas dez, em quatro participações, nossos times foram eliminados ainda na semifinal: Internacional (2010), Atlético Mineiro (2013), Palmeiras (2020) e Flamengo (2022)

Em seis oportunidades, chegamos às finais com São Paulo, Internacional, Santos, Corinthians, Grêmio e Flamengo. Em apenas três oportunidades o título de campeão foi comemorado. São Paulo em 2005, Internacional 2006 e Corinthians em 2012.

Esses dados mostram como o futebol brasileiro vem perdendo protagonismo no cenário mundial e ficando defasado em organização, nível técnico e estratégias do jogo.

Em 2011 o Santos de Neymar e Cia, passou um verdadeiro vexame diante do Barcelona perdendo por goleada. O Flamengo em 2019 perdeu por 1 a 0 para o Liverpool e botou as mãos para os céus agradecendo o placar diminuto com um “perdemos, mas jogamos de igual pra igual”, numa clara constatação de inferioridade.

Ontem mais uma vez, um clube brasileiro perde para um inexpressivo time da quarta divisão do futebol mundial, que chegou a dar olé no gigante(?) Mengão. Imagino a vergonha do maestro Júnior, Zico e cia, que em outros tempos não tomavam conhecimento dos times europeus, sendo campeões do mundo e dando show de futebol.

Muitos continuam achando que o que aconteceu ontem foi uma zebra. Não foi. Olhem os dados acima e vejam que esse tipo de resultado vem se tornando corriqueiro.

Quando vejo e ouço a imprensa esportiva contemporânea, cometer a heresia de comparar Gabriel Barbosa, atacante meia boca do Flamengo atual, ao genial Zico, perco a esperança de que voltaremos a ser vistos pelo mundo novamente como o país do futebol. Significa que estamos nos conformando com muito pouco.

Os nossos craques mais talentosos, Vini Jr, Rodrigo e outros dois ou três no máximo, estão saindo daqui antes mesmo de jogar nos nossos times. Temos que nos contentar com os que sobram, os que não dão certo na Europa, e os refugos rodados que não têm mais espaços por lá.

Se as campanhas vergonhosas da seleção brasileira em repetidas Copas e o olé do Al Hilal no Flamengo (o melhor time do Brasil, disparado), não forem suficientes para entendermos que paramos no tempo enquanto o resto do mundo evolui, vamos continuar nessa ladainha enfadonha de reclamar do juiz, do campo, da bola, ou “da filha da vizinha da rapariga do cabo de Capela”, como diz a letra do grande Henrique Teles, na música da sergipaníssima e ótima banda Maria Scombona, e assim, não acharemos o caminho de volta.

Concluo esse quase obituário dizendo da minha suspeita de que o pior ainda estar por vir. Quando vejo a grande maioria dos grandes clubes brasileiros, todas as principais competições nacionais e torneios regionais sendo patrocinados por casas de apostas… sei não, mas acho que isso vai dar merda.

02 fevereiro 2023

As Armas de Jorge

 

Não, não é o Jorge de Capadócia. Para esse Jorge aqui descrito, talvez seja mais apropriado o masculino do nome da cidade do velho e bom São Jorge.

É que as páginas de economia da “grande imprensa” têm mostrado, ainda que timidamente, dois escândalos financeiros que certamente estariam também nas páginas policiais fossem outros os personagens envolvidos.

Estamos falando dos rombos de R$ 40 bilhões na Lojas Americanas e de R$ 30 bilhões na Ambev. Uma mixaria de 70 bilhões de reais num país onde metade de sua população - calculada em 210 milhões de pessoas - vive nos dias de hoje em estado de insegurança alimentar. O ponto em comum entre os dois rombos são as digitais do bilionário Jorge Lemamn e dois de seus sócios, todos eles também conhecidos na mídia pela alcunha de Mercado.

Esse Jorge sentou praça no mercado nos meados dos anos 70 ao virar sócio de uma corretora, a Invesco, que veio a falir quatro anos depois.

Milagrosamente, depois de se juntar a dois elementos, Teles e Sicupira, que o acompanham em suas aventuras até hoje, o tal Jorge Maravilha virou, em pouco tempo, o cabra mais rico do Brasil, segundo a Revista Fobes.

Sim, Lemamn é aquele mesmo da fundação que investe na formação de políticos para “endireitar” o Brasil, além de patrocinar uma tal Educação de Resultados que tem encantado inocentes úteis pelo país a fora.

Quem pagará essa conta? Em se tratando de Brasil, não é difícil prever onde essa trolha de 70 bi vai acabar entrando.

Gestos valem mais que palavras

  Vejam como o governo de Sergipe vai construindo narrativas para justificar suas reais intenções e como elas induzem a opinião pública ao e...