Desde
que o torneio mundial de clubes foi reformulado pela FIFA em 2005, apenas oito
times brasileiros disputaram essa competição. São eles: São Paulo, Internacional,
Corinthians, Atlético Mineiro, Santos, Grêmio, Palmeiras e Flamengo. Nesse
período, Flamengo e Internacional participaram duas vezes cada. Portanto, das
dezoito competições realizadas o Brasil participou de somente dez delas. Dessas
dez, em quatro participações, nossos times foram eliminados ainda na semifinal:
Internacional (2010), Atlético Mineiro (2013), Palmeiras (2020) e Flamengo
(2022)
Em
seis oportunidades, chegamos às finais com São Paulo, Internacional, Santos,
Corinthians, Grêmio e Flamengo. Em apenas três oportunidades o título de
campeão foi comemorado. São Paulo em 2005, Internacional 2006 e Corinthians em
2012.
Esses
dados mostram como o futebol brasileiro vem perdendo protagonismo no cenário
mundial e ficando defasado em organização, nível técnico e estratégias do jogo.
Em
2011 o Santos de Neymar e Cia, passou um verdadeiro vexame diante do Barcelona
perdendo por goleada. O Flamengo em 2019 perdeu por 1 a 0 para o Liverpool e
botou as mãos para os céus agradecendo o placar diminuto com um “perdemos, mas
jogamos de igual pra igual”, numa clara constatação de inferioridade.
Ontem
mais uma vez, um clube brasileiro perde para um inexpressivo time da quarta
divisão do futebol mundial, que chegou a dar olé no gigante(?) Mengão. Imagino a
vergonha do maestro Júnior, Zico e cia, que em outros tempos não tomavam
conhecimento dos times europeus, sendo campeões do mundo e dando show de
futebol.
Muitos
continuam achando que o que aconteceu ontem foi uma zebra. Não foi. Olhem os
dados acima e vejam que esse tipo de resultado vem se tornando corriqueiro.
Quando
vejo e ouço a imprensa esportiva contemporânea, cometer a heresia de comparar
Gabriel Barbosa, atacante meia boca do Flamengo atual, ao genial Zico, perco a
esperança de que voltaremos a ser vistos pelo mundo novamente como o país do
futebol. Significa que estamos nos conformando com muito pouco.
Os
nossos craques mais talentosos, Vini Jr, Rodrigo e outros dois ou três no
máximo, estão saindo daqui antes mesmo de jogar nos nossos times. Temos que nos
contentar com os que sobram, os que não dão certo na Europa, e os refugos
rodados que não têm mais espaços por lá.
Se as
campanhas vergonhosas da seleção brasileira em repetidas Copas e o olé do Al Hilal
no Flamengo (o melhor time do Brasil, disparado), não forem suficientes para
entendermos que paramos no tempo enquanto o resto do mundo evolui, vamos continuar
nessa ladainha enfadonha de reclamar do juiz, do campo, da bola, ou “da filha
da vizinha da rapariga do cabo de Capela”, como diz a letra do grande Henrique
Teles, na música da sergipaníssima e ótima banda Maria Scombona, e assim, não acharemos o
caminho de volta.
Concluo
esse quase obituário dizendo da minha suspeita de que o pior ainda estar por
vir. Quando vejo a grande maioria dos grandes clubes brasileiros, todas as principais competições nacionais e torneios regionais sendo patrocinados por casas
de apostas… sei não, mas acho que isso vai dar merda.
Faço minhas, as suas palavras!
ResponderExcluirO país do futebol está perdendo a sua hegemonia!
Abração, amigo
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