Como
todo bom velhinho eu durmo cedo e acordo com os galos. Invariavelmente, três e
meia, estourando às quatro horas da matina já estou acordado. Para ficar bem
informado minha primeira tarefa do dia é ler os jornais, sites, blogs,
pasquins, panfletos, etc. O que vier eu traço. Sem deixar, claro, de beber
minha dose diária de veneno nos grupos de WhatsApp. Leio, portanto, de um tudo.
Da chamada “grande imprensa”, aos veículos locais. Confesso que fico melhor
informado lendo a nossa imprensa conterrânea. Especialmente as colunas
políticas. Um primor de jornalismo. Sou fã incondicional. E juro que não é
bairrismo.
A
nossa mídia nativa diz tudo que os jornalões do Centro Sul dizem e diz mais
quatorze coisas. Que outra imprensa do mundo é capaz de passar recados de um
político para outro através de seus colunistas? Publicar releases inteiros, sem
ao menos corrigir os erros de português? Querem gesto mais democrático que
esse? Imagina se um colunista do Washington Post ou do New York Times tem o
faro, a inteligência, a perspicácia e a coragem de sugerir aos republicanos que
não fazer oposição ao governo democrata de Joe Biden é bom para os EUA. Os
caras são fracos demais. E ainda chamam aquilo de democracia.
O
nosso jornalismo - à exceção de alguns poucos veículos que se mantêm fiéis a
tese de George Orwell - já superou a máxima do escritor inglês há muito tempo.
Afinal, para o bem de todos, temos a obrigação de esquecer nossas diferenças
para vivermos em harmonia. Se existem alguns xiitas e outros chaatos de
esquerda querendo contestar a paz dos cemitérios, nossos colunistas têm o dever
de expô-los diariamente provando que aqueles estão errados. Concordo. Esse negócio
de oposição é para gente que não sabe descer do palanque, e isso não é bom para
nenhum governo. Olhemos para a Coreia do Norte, um exemplo de paz onde todos
doam cabeças, troncos e membros para remarem na mesma direção. Penso que mais
um pouquinho e chegaremos lá.
*O Ministério da Saúde
recomenda: uma dose diária de ironia faz bem à saúde.
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