As
atrações dos circos não foram sempre animais treinados, malabaristas e
palhaços. No fim do século 19 e início do século 20, anomalias humanas foram
destaques nos shows, que ficaram conhecidos como Show dos Horrores (Freak Shows).
Esses shows eram muito populares nos EUA, e tinham no elenco, anões, albinos e
qualquer tipo de pessoa que fosse deformada por doenças.
O fim
desses shows, nos meados do século passado, se deu com o avanço da medicina e
também com as mudanças na cultura popular e do entretenimento. As anomalias
foram explicadas como doenças ou mutações genéticas e, então, a sociedade
começou a ver essas pessoas como iguais, e não bichos. Além disso, foi proibida
a exibição dessas pessoas em show.
Pelo
que vimos ontem, durante o julgamento das primeiras ações penais sobre os atos
antidemocráticos de 08 de janeiro, os advogados bolsonaristas, na defesa (?)
dos réus, buchas de canhão do pretendido golpe, reeditaram uma hilariante
sessão do velho e ultrapassado Show dos Horrores.
Um desses
protagonistas, o causídico denominado Dr. Hery Kattwinkel, em sua delirante
oratória, discorreu sobre a obra literária “O Pequeno Principe”, segundo o
nobre jurisconfuso, de autoria do pai da ciência política, Maquiavel. Claro, o
velho Nicolau, antes de fazer sucesso com O Principe, deve ter escrito um livro
falando do primogênito do rei quando ainda garoto de calças curtas. Ao final de
sua apresentação, pensando estar diante de uma plateia em delírio e pedindo
bis, o Dr. Jekyll - perdão, esse personagem é de outro filme -, digo, Dr. Hery,
ainda soltou um “... lavando as mãos assim como Afonso Pilatos”. Danou-se.
Cá com
os meus botões, eu já vivia encafifado com o fato de o judiciário ter em seus
quadros alguém tão inculto como o conje da dona Rosangela, mas depois do que vi
e ouvi ontem, fico com a impressão de que o que seria uma exceção pode ser uma
regra. Alô MEC, vamos prestar atenção na qualidade da formação dos novos
estudantes? Dá para fiscalizar essas faculdades que estão formando esses
advogados? Alô OAB? Dá para explicar como o Dotô Hery foi habilitado? Como diz aquele
amigo jornalista, crendeuspai.
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